Estava eu envolvido em mais uma noite de solitude após uma intensa jornada laboral, cedendo à exaustão do dia e apto a embarcar para mais uma reflexão ministrada pela Voz que me guia a Qual começou a chamar-me ao isolamento consciente através do aliciante convite para tomar um chá, eis que fazendo-me a cozinha no silêncio da noite comecei a embalar-me, por sua vez, numa reflexão sobre aquele acto que estava a vivenciar qualificando-o como sendo o “silêncio”, e fui desafiado a apreciar, a aprender a escutar, e a encontrar um significado e entendimento sobre o silêncio, o seu poder “terapêutico” sobretudo quando nos recolhemos ao íntimo do silêncio
contínuo para ultrapassar algumas barreiras abstratctas, ondas, num exercício de limpeza e purificação dos ouvidos (e dos tímpanos).
Não tardou e comecei a escutar no íntimo desse silêncio outras ondas, mundos, outras sons que não poderia escutar antes do despertar daquela consciência, eventualmente outros seres a se comunicarem, e comecei a experimentar o poder do esvaziamento espiritual assim que a Voz assumiu o controlo de todas as coisas, isto é o silêncio silenciou todas as outras vozes e apagou o medo, dúvida, e os preconceitos que nos prendem à nossa zona de conforto, e libertou-me ao infinito poder de amor assente nos pilares de auto-doação, reciprocidade e compromisso entre Deus e o ser humano.
De seguida entra o Mestre do Ensino, e o Espírito Santo começa a ministrar em mim dando-me a entender em forma de visão qual seria o tema para o Minuto do Saber que iria gravar no dia seguinte, é quando de uma forma explícita refere que o tema dessa rubrica seria “O Poder do Silêncio”, despertando ainda mais a minha curiosidade, e o foco no aqui e no agora. De seguida começa a verter, derramar a Sua sapiência sobre os segredos e os mistérios do silêncio em várias dimensões: primeiro sobre (i) o efeito terapêutico do silêncio, depois na (ii) forma como o silêncio gera um efeito de ensinar a ouvir, e (iii) a preparação ou lapidação por parte do silêncio que capacita a irmos curar ou libertar as pessoas que padecem de uma doença que tem que ver com a necessidade que elas têm de falar para reagir as “agressões” causadas pelo barrulho da injustiça social, da competição e do julgamento entre as pessoas, das distrações encetadas pelos manipuladores do mundo, do ruido de uma comunicação impostora, do barrulho, enfim, uma série de problemas de fórum psíquico que elevam o risco e o nível de suicídio.
Uma das casusas da depressão nesta era é o excesso de informação em geral, de informação tóxica e com rótulo de violência em particular, devido ao mau uso da comunicação por parte do Homem nesta era da informação. As pessoas andam doentes porque todas querem falar por estarem bombardeadas de informação, as pessoas não têm tempo de ficarem sozinhas, de se encontrarem com elas próprias, de se auto-criticarem, de buscarem o auto-conhecimento e se conhecerem cada vez melhor, então falam sem consciência e nem noção porque precisam de falar.
Segundo Curry, a sociedade moderna no mundo todo tem estado a formar pessoas doentes devido ao excesso de informação, o excesso de actividade, o excesso de trabalho intelectual, e o excesso de preocupação, que tem levado a uma Síndrome de Pensamento Acelerado” (SPA) que não se trata necessariamente de uma depressão como o mal maior deste século mas sim de ansiedade. Os seres humanos estão com as mentes hiper agitadas apresentando os seguintes sintomas: acordar cansado, dores de cabeça, dores musculares, irritabilidade, dificuldade de lidar com pessoas lentas, sofrimento por antecipação e défice de esquecimento ou défice de memória.
Com efeito, as pessoas que tem estado a desenvolver o SPA são super agitadas, não sabem se colocar no lugar do outro, e não desenvolvem um amor pela sua qualidade de vida. O novo paradigma resultante é que os maiores profissionais estão com os mais altos índices da SPA, pois são óptimos para o sistema e para as empresas, mas carrascos e prejudiciais de si mesmo. Algumas técnicas de ultrapassar isso são, dentre outras, as seguintes: contemplar o belo e fazer das pequenas coisas um espectáculo aos olhos, não trair o essencial à sua cama nos seus finais de semana, tirar tempo consigo mesmo e com as pessoas mais importantes para si.
Entretanto, o líder quando está curado pelo poder do silêncio, ele tem a necessidade de ir libertar os outros através de uma liderança comunicacional, conforme para o líder a comunicação não é sobre falar, e sim sobre ouvir, escuta activa e escuta empática, desenvolver o foco no aqui e o agora, andar vazio espiritualmente, ouvir a sua equipe, receber e conectar-se com eles para não somente ouvir para responder mas principalmente ouvir para compreender o outro e desenvolver através de empatia uma conexão emocional com os colaboradores, abrindo espaço para o feedback e um aprendizado colectivo.
Uma vez consolidada esta conexão emocional com os nossos colaboradores através de um mesmo espírito que opera e une as partes, emana o poder do silêncio por parte do líder como sendo a arma mais poderosa dentro de si, onde quer que ele esteja, em cada ambiente a pessoa mais segura, confiante, calma, serena, e que guarda o silêncio em momento de tensão, então, ali está o líder, e as pessoas vão sentir-se seguras ao seu lado e querer envolvimento.
Nesta fase, mais facilmente os liderados poderão compreender a sua visão pela comunicação assertiva e carregada de esperança na sua transmissão, como também desafia-lhes reciprocamente a ajudarem a materializar a visão afinal ao líder, tendo lhe sido revelado o
destino, cabe-lhe escolher pessoas não com base nas aparências ou em conhecimento teórico e/ou prático, mas sim do seu carácter, pessoas com os mesmos valores e princípios, pois é tarefa do líder servir a sua equipe, fazendo-os tão bons ou superiores a si mesmo.
António Sendi
Evangelista, Teólogo, Coach de Liderança, Coach Espiritual, Leader Coach, Fundador da Academia de Liderança Servant Leadership, e Autor sobre Liderança