Tenho estado a pensar, com base em evidências empíricas, que duas coisas são de extrema importância para um líder: (1) o dar o primeiro passo ou iniciar um novo processo, e (2) o começar forte (mentalmente concentrado) acompanhado da necessária contemporização sobre a importância de começar bem e logo no início da época (ou temporada), quer seja uma periodicidade semanal, anual do que resulta um dia de segunda-feira, e o mês de Janeiro, por exemplo.
Quer numa ou outra consideração apontada acima sobre a importância do ofício do líder e em particular da forma como ele se empenha, existe um denominador comum que deve ser trago à colação para que qualquer análise que o psico e a inspiração queiram realizar não releguem ao segundo plano e nem menosprezem a sua súmula importância: a procrastinação, que neste caso emerge como o oposto da disciplina.
Como um servo, líder profissional, coach, nos estágios iniciais da minha jornada de auto-conhecimento fui confrontado e animei-me com a ideia de ter que lidar e aprender sobre a procrastinação, porque a sua descrição e definição apontava a algo com que muito lidava de forma recorrente, pouco entendia sobre a sua natureza, causas, como evitar, ou contornar ou ainda ultrapassar a meu próprio nível pessoal, quanto mais para aplicar e quiça partilhar ou ensinar as outras pessoas. É daquelas coisas que dificilmente ensinam-se nas escolas, sobretudo aquelas amarradas a alguns sistemas de ensino pouco flexíveis, adaptáveis e responsivo.
Confesso que no primeiro contacto com a palavra não conhecia o termo em si, e pouco ou nada ouvia dele falar, mas o “itinerário programático” do curso Learning to Learn levou-me a algo muito supreendente, a ter que aprender sobre neurociência, e implicitamente também aprender sobre como estudar, como aprender, como memorizar, enfim, compreender os mecanismos de funcionamento da mente.
O ano 2022 terminou me sentindo estável e equilibrado em termos emocionais, estava ciente do empenho que havia-me aplicado em todos os domínio da vida e profissional em específico, sentia-me conformado com o curso do ano, satisfeito com os resultados alcançados, reconhecimento de algum avanço na carreira, mais um ano de vida “galgado”, algum conhecimento obtido, e muitas experiências de falhas e de sucesso; todavia, ainda muito por aprender e por ver, conforme a vida assim permitir.
Mas de todos os sentimentos, os mais salientes eram o de aceitação que o ano 2022 tinha que ceder ao ano 2023, e algum optimismo que o ano 2023 seria ainda melhor que o anterior em termos de resultados alcançados, conhecimento e experiência acumuladas, que progressivamente ensinam-nos a não criar muita expectativa, e nem colocar muita força nas coisas sobretudo as que não estão ao
nosso alcance e nem dependem da nossa vontade.
Por assim dizer entrei ao ano 2023 com um óptimo “estado de espírito”, que segundo o dicionário online refere-se ao modo como alguém se econtra emocionalmente numa dada situação, geralmente ligado a alegria, ao entusiasmo, a satisfação ou à tristeza, a irritação e demais sentimentos ou sensações. Por sua vez, o termo espírito, pelo “sentido etimológico em latim spiritus significa respiração ou fôlego, mas também se refere a coragem, vigor, ou ainda energia vital que se manifesta no corpo físico”, segundo wikipédia.
Quer o meu estado de espírito, assim como o meu espírito, foram meticulosamente preparados no período do final do ano, apesar das férias colectivas, através de práticas como oração, leitura das Escrituras Sagradas, meditação, visualização, mindfulness, repouso, treino físico, alimentação cuidada, e outras, para que iniciasse o ano em pleno e em condições de poder correr e estar na dianteira dos
actuais e de novos projectos, desafios, alguns deles que eram totalmente novos para mim. Embora não fosse difícil “arrumar” uma desculpa as oportunidades na vida são escassas e não queria cair na armadilha da procrastinação e nem do locus de controle externo; para tal a melhor forma de diluir ou eliminar o risco era de fazer o melhor de mim que é o que está ao meu alcance e que posso modificar pelas minhas próprias acções, para não ficar totalmente refém de outrém.
Por falar em espírito, o apóstolo Paulo designa o Espírito Santo como um Paráclito, e Cristo por O Principal, aliás, fora essa a promessa por parte do Mestre na Sua ascenção para que os Seus discípulos ainda aguardasssem um pouco em Jerusalém, apesar de se constituir num lugar ”inseguro” para os Seus discípulos; seria por intermédio deste Espírito, o Mestre do Ensino, que eles seriam guiados por toda a
verdade, e tendo os discípulos obedecido, permaneceu cerca de ¼ dos 500 iniciais que foram agraciados pelo dispensação dessa graça.
Assim, é bem conhecida a aptidão que estes “galileus” demonstraram ao falarem em línguas dos anjos na festa de pentecostes, de forma que os transeuntes e residentes locais acharam que eles estavam embriagados mas neste caso a língua, diferente do projecto Torre de Babel em que a língua foi usada para confundir, foi um instrumento para unir por intermédio do Espírito Santo de forma que os dons
fossem ser operados de uma forma complementar para edificar a igreja e mante-los unidos por um mesmo espírito e fé, apesar da limitação deste dom em comparação ao da profecia, por exemplo, no que concerne a sua eficácia para a almejada edificação mútua a avivamente da igreja.